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Volver



É de regressos que vive "Volver", a última perola de Almodovar. Não é um registo brilhante, mas mantêm o brilho a que nos habituou o cineasta espanhol. É um regresso à mulher, à firmeza da mulher, a todas as mulheres. O lado feminino impõe-se desde o ínicio: numa aldeia perdida nos interiores de Espanha, um plano do cemitério local, mantido vivo pelas viúvas que sobreviveram às vidas dos respectivos maridos.

Aqui sublinha-se, de forma carregada, essa diferença entre sexos: a figura masculina é sempre assumida como a personagem pecadora e selvagem, mas que, invariavelmente, cai primeiro; por seu turno, a mulher é quem sofre, na pele, os frutos da cega lascívia masculina, mas é também quem supera a tempestade.

Sobretudo, é um filme de mortes e de percusos de vida violentos. Nada de novo, portanto. Mas desta vez com um Almodovar mais tranquilo, talvez mais velho e, parece-me, mais previsível. Não perdeu, contudo, a habilidade de redescobrir grandes actrizes: o elenco é formidável, mas a vénia vai direitinha para Penélope. Com as luzes apontadas constantemente na sua direcção (especialmente, aos seus voluptuosos decotes...), não falha um único momento.
Bom regresso.

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