segunda-feira, novembro 27, 2006

Flu...

Emiliana Torrini não compareceu no palco de Santa Maria da Feira para o Festival para Gente Sentada. A organização do evento tratou, imediatamente, de avisar os espectadores com bilhete já adquirido, através de um papel estrategicamente colocado à entrada do Cine-Teatro António Lamoso. Até aqui, tudo relativamente normal.
Original, coisa muito pouco vista, foi a colocação por baixo do dito aviso de uma cópia de um mail, supostamente enviado pelo agente de Emiliana à organização do festival. Segundo a dita missiva, a cantora foi subitamente atacada por uma gripe de caixão à cova, que a impediu de viajar e actuar; seguiam-se as desculpas da praxe e a anunciada tentativa frustrada de última hora para substituir Emiliana. Na despedida, a promessa de cá voltar para o ano.
Não fosse a actuação fantástica de Mark Linkous e dos seus Sparklehorse e ficava a chorar o preço do bilhete…

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sábado, novembro 25, 2006

La La La Ressonance



Talvez tenha sido em 96, por aí; na defunta discoteca States em Coimbra, os Astonishing Urbana Fall davam um concerto do outro mundo! Um espectáculo teatral, de uma energia contagiante e repetido por várias salas do país, trazia a jovem banda de Barcelos à ribalta do meio musical nacional, já orfão de concertos deste gabarito. À data, fiquei estarrecido com a qualidade do colectivo; subiram ao palco de Vilar de Mouros e Paredes de Coura, andaram em aventuras por Londres, lançaram três EP's, onde se destacou Acetaminophen, fizeram bandas sonoras para peças de teatro e... desapareceram.
Foi preciso esperar dez anos para voltarmos a poder ter o prazer de os ouvir, se bem que numa outra e diferente roupagem. Os Astonishing mudaram de nome e de campo musical; aparecem agora como La La La Ressonance e editaram, pela Bor Land, o seu álbum de estreia intitulado Palisade.
Foi num misto de desilusão, mas também de surpresa, que recebi o novo trabalho: desilusão, porque gostava de saber até onde é que o experimentalismo dos Astonishing poderia ir; supresa, e agradável, porque os novos La La La Ressonance constituem um projecto interessantíssimo. Desta feita, e com menor mise-en-scène, as ideias são apenas instrumentais e respiram sonoridades jazz, num ambiente pós-rock a fazer lembrar a espaços uns Tortoise ou os seus amigos The Sea and Cake.
Para comprovar, basta saltar até à página dos próprios e ouvir os 3 temas disponibilizados, clicando aqui.

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terça-feira, novembro 21, 2006

JÁ CHEGOU!!!!

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Balún

Partilham o mesmo espaço musical dos Múm, com passagens constantes pela electrónica, em ambientes etéreos e de tom minimalista. Só não vêm do frio: os Balún juntaram-se em San Juan, Porto Rico, e lançaram este ano o seu álbum de estreia Something Comes our way, depois de pequenas aventuras registadas em três EP’s. As ideias que por aqui se vão espalhando nada têm de inédito, mas aproveitam-se muito bem os ambientes criados. Um pequeno senão para a produção do disco: não sei se propositado, mas a voz da senhora que aos Baluns empresta os tons vocais é, de tempos em tempos, quase imperceptível. Se acontece por inépcia, fica o registo; se assim se dá por opção, regista-se a falha –da forma como ficou gravada, a voz muito dificilmente poderá servir de apoio às restantes frases e instrumentos musicais.
Para ouvir, a banda disponibiliza gratuitamente dois temas:
A propósito, dêem uma espreitadela ao My Space e vejam o vídeo que por lá se encontra para o single Be Careful When You Walk; corresponde à imagem dos Balún - nada de especial, mas vai entretendo.

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sábado, novembro 18, 2006

Sonoro em Movimento



Emiliana Torrini - Sunny Road (Fisherman's Woman - 2005)

Tem dupla ascendência, italiana e islandesa. Assenta arraial em Inglaterra e irá partilhar o palco, no próximo dia 25 de Novembro em Santa Maria da Feira, com Sparklehorse e Ed Harcourt , no Festival para Gente Sentada.

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sexta-feira, novembro 17, 2006

Especial Jeff Buckley

Para recordar o Músico, infelizmente desaparecido antes do tempo, o Olavo dedicou-lhe um Especial que vale a pena visitar. Estão por lá episódios da vida de Jeff, videos, mp3 e outras curiosidades. É no Andróide Paranóide, aqui na porta ao lado.

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quinta-feira, novembro 16, 2006

Sonoro em Movimento


Pizzicato Five - Twiggy Twiggy (This Year's Girl - 2000)

Sim, também eu possuo dois verdadeiros "pés-de-chumbo"...

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PortoGraphia #1



Art Deco em plena Foz

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domingo, novembro 12, 2006

Outra visão sobre downloads de ficheiros de música

Do lado de cá do Atlântico, os Tribunais começam a ter uma voz e interpretação diferentes daquelas que têm vingado nos E.U.A, sobre a temática dos downloads de ficheiros de mp3. A notícia explodiu em Espanha e é-nos trazida em formato de sentença judicial. Sem conhecer ainda a decisão integral, não deixa de ser curiosa a interpretação que aí é feita. Para reflexão…

Peças de Roupa : : Francisco Silva

Não me lembro do primeiro álbum que adquiri com as minhas parcas economias de miúdo, mas tenho ainda bem presente o primeiro da colecção, oferecido como prenda de Natal: Xutos ao Vivo, o mítico concerto gravado no pavilhão "Os Belenenses", em 1988. Da conversa que mantivemos com Francisco Silva, faltou revelar as suas escolhas para o Peças de Roupa. E é mais ou menos por aqui que começam, pela sua primeira aquisição...
1 - Thriller - Michael Jackson (1982)
O primeiro álbum que comprei com o meu dinheiro e o primeiro momento em que a música deixou de ser “papel de parede”. Ainda hoje é um disco que ouço com o duplo prazer da nostalgia e da melomania.
2 - I see a darkness - Bonnie ‘Prince’ Billy (1999)
A peça que demonstrou definitivamente que a grande arte tem pouco a ver com o saber fazer e que o sublime só se atinge por meio do (demasiado) humano.
3 - Blue - Joni Mitchell (1971)
Durante muito tempo – e talvez ainda agora, não sei – o álbum mais genuinamente bonito da minha discografia. Está lá o “A case of you”. Se calhar bastava isso.

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sexta-feira, novembro 10, 2006

Subsídios



Uma Câmara Municipal tem, obrigatoriamente, de desempenhar um papel activo ao nível da dinâmica cultural da sua cidade. Não se lhe pede que concorra com privados: não lhe cabe bater-se pelos produtos que estes oferecem e não é objecto da edilidade prosseguir e perseguir o lucro - se este ocorrer, tanto melhor; senão, paciência.
Dela espera-se uma outra atitude: formação de públicos e patrocínio de alternativas que não se encontrem no sector privado. O subsídio, mais do que “esmola” ou desperdício/fundo perdido atribuído a lunáticos, deveria ser percebido enquanto aposta num produto cultural, apetecível para um determinado público, potencialmente apetecível para outro e, sobretudo, que não pode ser encontrado, nem oferecido, pelas restantes entidades privadas. É isto que se pede a Rui Rio, é isto que se espera da Câmara Municipal da segunda cidade do país.
E que objectivos alcançam estas iniciativas? Precisamente, oferecer produtos de qualidade que mais ninguém oferece, criar hábitos no público, atrair mais gente à cidade, dar-lhe visibilidade. Vejam-se os exemplos de sucesso obtidos aqui tão perto com a Casa das Artes em Famalicão, a magnífica reabertura do Theatro Circo em Braga ou a aposta de Guimarães no seu Centro Cultural Vila Flor.
O Porto é uma cidade privilegiada; tem salas com excelentes condições para espectáculos musicais, de teatro, conferências ou cinema. E tem público. Rui Rio é que não tem qualquer visão cultural, nem sequer uma ideia sobre o papel da câmara nesta área ou da importância da urbe.
No seu primeiro passo a título de intervenção cultural, Rio exigiu que se tratasse bem a Câmara, afastando o apoio a todos os projectos mais arrojados que ousassem escolher a via da crítica à cidade – uma atitude que espelha a notável e admirável noção de democracia do Presidente.
No seu segundo avanço, Rio cortou o mal pela raiz: decidiu não patrocinar ou apoiar os projectos vindouros, tout court, sem sequer apreciar a respectiva qualidade, objectivos a prosseguir, viabilidade e entidade - o futuro é tratado da mesma forma: não há apoios para ninguém. E por aqui não é possível perceber o objectivo da cruzada contra os eternos subsídio-dependentes; é que quando se nega veemente o apoio, sem conhecer sequer o projecto a apoiar, a intenção não pode ser a de combater os ditos parasitas, mas tão-só a de aniquilar culturalmente a cidade.
Ao menos, não perdeu o tino: lembro-me, por exemplo, da ocasião em que assinalou um avanço importante da cidade rumo à modernidade, ao inaugurar um wc para cães, com direito a conferência de imprensa in loco e registada para telejornais.
Como diria o grande Godinho, “cá se vai andando, com a cabeça entre as orelhas”…

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quarta-feira, novembro 08, 2006

Em amena cavaqueira com... Francisco Silva (Old Jerusalem)


Francisco Silva não tem passado despercebido. Se calhar, muitos não o reconhecem pelo seu nome próprio, mas desconfio que já são poucos aqueles que ainda não ouviram falar do seu projecto Old Jerusalem.
Tem sido um caso sério de qualidade no panorama da música nacional, de tal forma que os seus dois álbuns até à data editados, constaram, de forma unânime, no topo das listas dos melhores de 2003 e 2005. Pelo caminho, ainda fomos ouvindo momentos partilhados com os Alla Polacca, Bruno Duarte, Puny e Unplayable Sofa Guitar.
Para Fevereiro do próximo ano está agendada a saída da terceira aventura. Aproveitamos o tempo que ainda falta para a edição e convocamos o Francisco para uma troca agradável de ideias.


Lenta Divagação: A promoção de Twice The Humbling Sun está a chegar ao fim. Logo após o álbum ter saído, assisti a um concerto teu no Passos Manuel, com a sala a metade; há um mês atrás voltaste ao mesmo local, mas desta feita perante um espaço repleto de gente. Como tens sentido a recepção do teu trabalho pelo público?
Francisco Silva: Em termos de recepção por parte do público a minha percepção é muito vaga. O feedback que temos tido é positivo, mas é natural que assim aconteça porque, ao fim e ao cabo, quem não gosta de um concerto não vem falar connosco ao final e dizer-nos isso, é mais natural que o façam aquelas pessoas que gostam da nossa música. Mesmo em termos de dimensão do nosso público as coisas não são lineares. Pode perfeitamente acontecer estarmos a tocar para 200 pessoas num dia e para 30 no dia seguinte, pelo que é realmente difícil de saber se estamos a chegar a mais gente com cada passo que tomamos. Aliás, é-me inclusivamente difícil saber se temos efectivamente um público ou se apenas vamos captando o interesse pontual de um conjunto de pessoas mais atentas ao que vai surgindo. Mas no geral parece-me que a música que fazemos vai lentamente chegando a mais gente e o feedback tem sido muito positivo, o que é bastante agradável.
LD: Em palco estiveste acompanhado de outros músicos, o que conferiu maior riqueza e amplitude ao projecto Old Jerusalém e marcou a diferença para "April"; inevitavelmente, perdeu-se algum intimismo. Em que registo te sentes mais confortável?
FS:O nível de conforto que sinto em cada um dos registos tem mais a ver com a situação concreta em que a música será exposta do que propriamente com o formato em si. Neste momento diria que me dá mais gosto tocar com a banda. A liberdade de acção é maior, o espectro sonoro que podemos abarcar também (embora na realidade tenhamos escolhido para já mantê-lo relativamente contido) e é mais interessante sentir o input criativo de um conjunto de pessoas. Os jantares antes da cada concerto também se tornaram bem mais divertidos, o que é um ganho só por si. [risos]
LD:Em tempos, disseste à Mondo Bizarre que "a escolha do inglês para as canções não determina que o imaginário do projecto siga coordenadas anglo-saxónicas". Mas Old Jerusalem assenta raízes, fundamentalmente, na folk, que ainda é um sector estranho ao meio musical português; ocasionalmente, aparecem referências ao teu meio natural, como se suspeita em "180 days". São apenas pontuais?
FS:Respondendo antes de mais ao preâmbulo da questão: não sinto, no meio em que me movimento, que a folk seja um sector estranho no nosso panorama musical. Parece-me, pelo contrário, que temos acompanhado a tendência global de revitalização deste género e das suas várias miscigenações, mesmo as mais aventurosas e vanguardistas. Por outro lado, parece-me que a matriz do que faço é simplesmente a escrita de canções, o que naturalmente me aproxima do universo folk mas não me afasta necessariamente de outros géneros com ênfase nas palavras cantadas. E posto que esta aproximação a géneros musicais tem mais a ver com a forma do que com o conteúdo lírico, não sinto que as referências ao meu meio natural sejam pontuais, elas são o pano de fundo e a base de cada canção: uma forma de ver o mundo que é pessoal e que quer ser universalizável (e é trabalhada para sê-lo o melhor possível). Importar um conteúdo/imaginário lírico parece-me uma coisa muito pouco natural, independentemente da forma que se lhe dê.
LD:As pequenas narrações que nos vais fazendo chegar são agradavelmente fotogénicas e cinematográficas. Nunca te despertou interesse acrescentar estas áreas ao projecto?
FS:
Não particularmente, embora não me desagrade a ideia.
LD:A evolução qualitativa que se sentiu de "April" para "Twice The Humbling Sun", quer ao nível da escrita, quer na composição, foi manifesta. E vem aí álbum novo…o que podemos esperar?
FS:
Essa pergunta é sempre difícil de responder para quem está envolvido na “confecção” de cada trabalho. Ao fim e ao cabo a sensação que temos é a de que simultaneamente tudo muda e tudo se mantém igual com cada novo trabalho! Posso assegurar com alguma objectividade que há melhorias a nível técnico: o disco está, na generalidade, melhor tocado, um pouco mais rico, com melhor som. Também me parece que há diferenças ao nível da escrita, e estou satisfeito com o caminho que as canções foram e vão tomando, mas no fundo continuam a ser simplesmente novas canções de Old Jerusalem, pelo que numa determinada perspectiva o próximo álbum será apenas um novo disco de Old Jerusalem.
LD: Qual o papel da Bor Land no universo Old Jerusalem?
FS:
Sem fugir muito à verdade pode dizer-se que os 2 projectos cresceram em conjunto, pelo que há uma forte ligação entre eles. O “April” foi dos primeiros lançamentos da Bor Land e o primeiro álbum de um artista lançado pela editora; por outro lado, antes do lançamento da maquete conjunta com os Alla Polacca (também supervisionada pela Bor Land) as canções que eu escrevia apenas existiam como um esquema do que viria a ser “Old Jerusalem”. O entendimento e a empatia que se gerou com as pessoas ligadas à Bor Land fez com que o trabalho que se foi desenvolvendo fosse tido como um projecto comum a todos, relevante para todos e interessante para todos.
LD: O salto para outras paragens é um desafio possível ou apetecível?
FS:
É um desafio possível com várias limitações e obviamente apetecível. Mas temos consciência dos limites da nossa acção.
LD:Tens vindo a colaborar noutros locais: como tem corrido a aventura com os Unplayable Sofa Guitar?
FS:Tem corrido bem, a meu ver, embora eu não seja a pessoa mais indicada para fazer essa avaliação. Os Unplayable Sofa Guitar têm uma forma particular de existência e vão oscilando entre estados de actividade mais regular e outros de quase hibernação [risos]... O facto de a “banda” não existir como tal e ir assumindo diferentes configurações consoante as circunstâncias é simultaneamente um dos seus pontos de interesse e uma das suas maiores fragilidades.
LD:Tenho insistido nesta questão, porque me parece que é a vossa opinião, enquanto músicos, que mais interessa para o caso: tens sentido alguma diferença na exposição dos teus trabalhos com as alterações impostas pela nova lei da rádio?
FS:
Não posso dizer que sinta qualquer diferença, mas não tenho informação suficiente ou termo de comparação para saber se o impacto da lei é positivo ou não. Não estou suficientemente atento à programação da rádio nem tenho conhecimento suficiente da legislação em causa para ter uma posição sustentada sobre o assunto.
LD:
Terminando na tua música: servem-lhe mais as palavras ou os sons?
FS:
Não saberia dizer com certeza, mas desconfio que me sirvam melhor as palavras.

O nosso agradecimento ao Francisco pela disponibilidade e atenção. Como se espera vir a tornar hábito, depois da cavaqueira seguem-se Peças de Roupa. Estejam atentos... Entretanto, vão espreitando estes espaços (há por lá mp3, para quem ainda não conhece os sons):

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terça-feira, novembro 07, 2006

Fuga para a periferia

E quem não dorme é Mário Dorminsky, que depois do manifesto de Rui Rio, já se chega à frente.
(Já agora, e a propósito desta troca de galhardetes, alguém me saberá dizer se a próxima edição do Fantas Porto também vai ser despejada? Beatriz Pacheco Pereira diz que não. Eu tenho dúvidas.)

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segunda-feira, novembro 06, 2006

Devaneio

Não se assustem os munícipes com este devaneio. Afinal, o mesmo só se destina a combater “um preocupante fenómeno de desajustada subsídio-dependência”.
Seguramente, naquilo que para lá desta dependência possa existir, a vida cultural da cidade não vai esmorecer: a Lenta Divagação sabe que os próximos espectáculos de fogo de artificio e pirotecnia, quer de passagem de ano, quer de festas populares, continuarão a ser patrocinados pela Edilidade, assim como a monumental correria de soberbos bólides pela Avenida da Boavista, quer para cima, quer para baixo.
Valha-nos isso.

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domingo, novembro 05, 2006

Mea Culpa

É, acontece... estava a rever a matéria e apercebi-me do erro: efectivamente, a musica Underground de Tom Waits não conta com a participação de Marc Ribot, como se mencionou no post anterior. A minha confusão é simples de explicar: quando assinalei a visita de Ribot, fiz a imediata ligação do tema ao album Frank´s Wild Years.
Não é assim: Underground encontra-se no Swordfishtrombones , e as guitarras que aí se fazem ouvir pertencem a Fred Tackett. Não obstante, as semelhanças com o estilo de Ribot são enormes.
Marc Ribot assegura, sim, a versão ao vivo do mesmo tema que figura no álbum Big Time.
Conclusão: tenho mesmo de dormir mais umas horitas por dia…

sexta-feira, novembro 03, 2006

Em Digressão: Marc Ribot


Experimentem ouvir um álbum de Tom Waits sem a companhia de Marc Ribot e notarão uma diferença enorme. Ribot tem esse condão: a forma como percorre escalas no braço da sua guitarra é inconfundível e o som que dali inventa identifica-se a milhas de distância. Não fosse também por ele, e temas como Underground ou, mais recentemente, Hoist that rag, perderiam parte da sua piada.

Inegavelmente, essa é uma qualidade e imagem de marca, pela personalidade vincada e cunho pessoal; mas é também verdade que, acompanhando o mago Tom Waits, Ribot acaba por se auto-plagiar demasiadas vezes.

A solo, a conversa é outra: Ribot reinventa-se. E desdobra-se no jazz, por Cuba, em experimentalismos e bandas sonoras para filmes. É este Ribot que se espera na Casa da Música, dia 9 de Novembro, onde vem apresentar o seu projecto Spiritual Unity, em homenagem a Albert Ayler, figura incontornável do free jazz há muito desaparecida. Os bilhetes custam 10 €.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Ícone dissolvido em pixels

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Banda Sonora


Para apanhar boleias de raios de sol em pleno deserto...
Para beber uns copos em Manhattan, com Kim Gordon e Thurston Moore...
Para ouvir de pantufas calçadas e candeeiro a meia luz...

Yo La Tengo - I can hear the heart beating as one (Matador - 1997)

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Peças de Roupa : : Se7eS

Enquanto adolescentes, e tendo em consideração que as economias dependiam muito da boa vontade de mesadas e trocos que nos iam chegando, contactávamos com os albúns numa cadência diferente. Dada a falta de dinheiro, sobrava-nos a hipótese de trocar cassetes entre amigos, e sorver cada som até à última nota; um álbum durava muito tempo. E era também nessa altura que mais nos marcavam, por sequência normal da fase de crescimento. Hoje, porque a música nos vai aparecendo de todo o lado, demoramo-nos menos tempos naquilo que vamos conhecendo. Acredito, pois, que seja na fase pré-adulta que nos agarramos com maior afinco a estes objectos. Não que então tenhamos descoberto as bandas sonoras das nossas vidas, mas de certeza que foi por ali que elas mais tempo rodaram nos velhinhos gira-discos e walkmans.
Foi nesta perspectiva que o Se7eS, um amigo Maiato que por cá nos tem visitado, respondeu ao Peças de Roupa: sonoros que lhe sublinharam fases de vida. É um interessante ponto de vista, contar os nossos passos pelos ouvidos. Aqui estão essas escolhas:

1 - The Joshua Tree - U2 (1987)
O primeiro amor platónico.

2 - Trompe Le Monde - Pixies (1991)
A descoberta do amor carnal.

3 - Nevermind - Nirvana (1991)
A afirmação do adulto.

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quarta-feira, novembro 01, 2006

Propostas para inícios de Novembro

E são três, todas elas a girar em torno de imagens:


- Entre os dias 2 e 4, a Fábrica de Movimentos produz a 5ª edição do Festival Internacional de Video-Dança, a ter lugar em diversos espaços da cidade do Porto: Contagiarte, Pequeno Auditório do Rivoli, Escola Superior de Arquitetctura do Porto e Universidade Católica;


- De 6 a 10, o Passos Manuel será palco do "Mundo - Imagens do Real Imaginado", tema da 3ª edição do Ciclo de Fotografia e Cinema Documental;


- Desde o dia 29 de Outubro e até 19 de Novembro, vai estar sediada no Fórum da Maia a famosa exposição World Press Photo 2006, acompanhada pela mostra dos vencedores do prémio de fotojornalismo promovido pela revista Visão.

Escrito por… Scott Weiland

Foi uma figura incontornável do show-biz americano de meados da década de 90. Encarnou, com afinco, a personagem desvairada, típica do universo Rock n´Roll, com passagens demoradas pela alienação em substâncias químicas, que quase lhe valeram a vida e que lhe implicaram, já na fase de pseudo-recuperação, castigos demasiado severos, como sejam aulas de disciplina e auto-controle oriental e assunção das vocalizações dos Velvet Revolver. É que bem pior que acordar em ressaca é… acordar em ressaca, ao lado de Duff Mckagan.
Mas enquanto as pilhas duraram, Scott Weiland foi fazendo pela vida. Davam os muchachos pelo nome de Stone Temple Pilots e apanharam, na altura financeiramente certa, o comboio apinhado de flanela e guitarras proveniente de Seattle, ainda que se sediassem em S. Diego, no sul da Califórnia.
Andava eu por estes dias a arrumar baús repletos de poeira e deparei-me com o segundo longa-duração dos Stone Temple Pilots, o Purple, de 1994. Voltei a ouvi-lo e recordei uma “deixa” escrita por Scott, das mais intrigantes que alguma vez se fizeram sentir em bandas rock. É claro que aqui não se pedem, nem se esperam, grandes poetas; desde que as palavras encaixem nos riff´s, a coisa vai seguindo e disfarçando. Mas de vez em quando, lá sai um brilharete.
Não sei se será o caso: estaria Scott em dia sim, ou, por outro lado, aquilo que lhe saiu foi a coisa mais abjecta alguma vez escrita numa suposta musica de embalar? O ponto cruz encontra-se no refrão de Still Remains, onde, a páginas tantas, Scott canta-nos aos ouvidos:

"Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, i’ll drink the water that you leave"
...
Desculpe, podia repetir faz favor?

Autor

  • sombra
  • Porto, Portugal
  • sombra.lenta@gmail.com
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