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O regresso ao velho Porto



A Sala Bebé, no mitico Batalha, está de volta!

E regressou um bocadinho mais verde do que o habitual (o brilho da cor das cadeiras - verdes, muito verdes - fere, mesmo quando se apagam as luzes... mas gostei).

O Cineclube do Porto também se esforça; o público é que já nem por isso.

Assim, apenas 5 pessoas se deslocaram à sala renascida para assistir, no passado Domingo, ao mundo de loucura de Raul Ruiz. "Aquele dia" não é só, como o portfolio transmitia, um "convite ao deslumbramento", uma "fábula política" ou "um filme policial".

Toda a película é uma dança de loucos: em plena Suiça imaginária, absorvida por constantes exercícios militares, um velho empresário arruinado e a contas com demasiados problemas financeiros, tenta salvar a pele planeando matar a sua própria filha, para assim beneficiar de uma herança da qual esta era a única e universal beneficiária.

Uma especial vénia ao assassino contratado para o efeito, o Sr. Pointpoirot - depois da chacina, há que pentear bem o cabelo...

E que saudades de ver um filme e ouvir a máquina de projecção a trabalhar!

Mas, convenhamos, a 4 euros o bilhete e com a (quase) ausência de publicidade ao ciclo de cinema, não me admira que, daqui a uns tempos, a sala volte a fechar.

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;)

Não sei por quanto tempo... é como uma Sombra, à medida que o sol viaja, ela vai mudando de sítio...

É sempre curioso voltarmos a uma sala que faz parte do nosso imaginário infantil. Deparar com a diferença de escala,tentar perceber o que fez sentido naquela altura e o que ficou na nossa memória emocional, retido. Não me lembro da côr das cadeiras, mas do espaço acolhedor, quase uterino, lembro-me bem, e lembro-me acima de tudo da alcatifa, da cortina, dos tecidos em geral, a sala era entendida por mim, como uma divisão da própria casa.

E de várias divisões se fazia o Porto... pedro cem, foco, trindade, terço, lumiere, aguia d'ouro, nun'alvares...

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