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Peças de Roupa : : Nuno Prata

Visitar o guarda-roupa de um músico tem um interesse acrescido: conhecer e perceber melhor o seu próprio trabalho. Há uma ligação umbilical àquilo que se foi escutando ao longo dos anos e que, necessariamente, se reflecte no que é criado. No caso de Nuno Prata, essa dinâmica é evidente. Aqui ficam as suas vestimentas, na primeira pessoa:

1 – Campolide - Sérgio Godinho (1979)
Foi um dos primeiros discos que ouvi do Sérgio Godinho, juntamente com o "Pano Cru" e o "Canto da Boca". Eram da mãe do Manel Cruz e trouxe-os para casa emprestados uma data de tempo. Com eles comecei a aperceber-me que as canções não são só de quem as escreve mas também de quem as ouve.

2 - New Times - Violent Femmes (1994)
É um disco menos conhecido, o primeiro depois da saída do mítico Victor DeLorenzo (que uns anos mais tarde voltou). Tem uma capa estranha da autoria de Guy Hoffman — que entrou para o lugar de DeLorenzo —, em que ele joga com o título do disco e o nome da banda: "Violent Times, New Femmes", acabando por dar uma boa definição do disco.

3 – Livro - Caetano Veloso (1997)
Há neste disco canções de que não gosto particularmente, mas aquele "Vem…", seguido da entrada das percussões na primeira canção, "Passistas", e os versos "Os livros são objectos transcendentes / Mas podemos amá-los do amor táctil / Que votamos aos maços de cigarro" da segunda canção, "Livros", levaram-me a querer conhecer melhor o trabalho do Caetano Veloso.

A propósito, o Nuno Prata vai estar no próximo Sábado, dia 4/11, pelas 21h45, no Centro Cultural de Alfena (Valongo). Os bilhetes custam a módica quantia de 1 €.

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Um euro!? E assim anda a boa música nacional.
E o artista, sobrevive de quê, da apanha da castanha?

Agora a sério e contextualizado com o comentário anterior: são boas escolhas!

"Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego
Pode ser na tua empresa, com certeza
Que eu dava conta do recado
E para ti era um sossegooooo!"

É verdade, concordo. Mas,mesmo desconhecendo em absoluto os pormenores sobre o valor dos bilhetes e o pagamento devido ao músico, parece-me que nesta fase será mais importante para o Nno Prata a visibilidade e a possibilidade de tocar o maior número de vezes possível. Repara: estamos a falar na promoção do primeiro album e num concerto em Alfena. Se porventura o preço do bilhete fosse mais elevado... quem é que lá ia?

Eu, se lá vivesse.

Mas compreendo, claro.
Nem tudo são rosas...

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